Humanidades e elegias (crise 1)
O artigo de Carlos Reis "A crise das Humanidades" (Público de 25/10/2205) é ele próprio espelho dessa crise. Vejamos.
É muito fraca a prova aduzida de que as Humanidades estão em crise.
Então também as engenharias, as ciências exactas, mesmo as economias e as gestões estão em crise. Exceptuando as áreas da saúde e das artes, a míngua de candidatos é geral a todos os cursos. E quanto à tradição já não ser o que era, sempre foi assim, pelo menos desde Camões.
Se porventura os candidatos abundassem, será que se dispensaria "a reforma profundíssima que as Faculdades de Letras carecem "? Claro que não. Contudo, Carlos Reis não avança com qualquer proposta para essa reforma. O artigo é sobretudo uma elegia de um professor de letras numa universidade clássica. Daí os remoques aos novos cursos de comunicação e de imagem e às novas universidades. Mas poderá o ilustre professor de Coimbra conceber que essa profundíssima reforma que preconiza está a ter lugar justamente nas novas universidades?
É muito fraca a prova aduzida de que as Humanidades estão em crise.
Os números estão aí e não deixam margem para dúvidas: as Humanidades estão em crise. Quem olha para os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior percebe duas coisas: a tradição já não é o que era e sobram agora vagas onde antes abundavam candidatos.
Então também as engenharias, as ciências exactas, mesmo as economias e as gestões estão em crise. Exceptuando as áreas da saúde e das artes, a míngua de candidatos é geral a todos os cursos. E quanto à tradição já não ser o que era, sempre foi assim, pelo menos desde Camões.
Se porventura os candidatos abundassem, será que se dispensaria "a reforma profundíssima que as Faculdades de Letras carecem "? Claro que não. Contudo, Carlos Reis não avança com qualquer proposta para essa reforma. O artigo é sobretudo uma elegia de um professor de letras numa universidade clássica. Daí os remoques aos novos cursos de comunicação e de imagem e às novas universidades. Mas poderá o ilustre professor de Coimbra conceber que essa profundíssima reforma que preconiza está a ter lugar justamente nas novas universidades?
1 Comments:
O decréscimo poderá ser universal mas não é claramente proporcional. Há cursos com maiores perdas (proporcionais) do que outros.
Há também cursos onde o decréscimo é já crónico, enquanto que noutros é uma realidade muito recente.
Refira-se também que esta não é uma realidade exclusivamente portuguesa.
Numa observação paralela, aproveito para saudar a criação deste blogue. Uma boa iniciativa.
Enviar um comentário
<< Home