A procura não é tudo
Em artigo recente no New York Review of Books , intitulado “The Truth About the Colleges”, aparecem dois interessantes quadros, um com as 12 universidades mais procuradas e outro com as universidades cujos professores, segundo os estudantes, melhor e pior leccionam. São quadros completamente distintos. Harvard, Princeton, Yale e Columbia aparecem no topo do primeiro quadro. Apenas 10% dos candidatos entram nas primeiras duas e 11% em Yale e na Columbia. Dos que são aceites, acabam por se inscrever 78% em Harvard, 73% em Princeton, 67% em Yale e 62% na Columbia. Melhor do que elas neste campo fica a universidade de Stanford que admitindo 13% dos candidatos consegue uma taxa de inscrição de 79% dos admitidos.
No segundo quadro sobre a classificação dos professores pelos alunos e intitulado “Professors Bring Material to Live”, o topo é ocupado por Reed, Carleton e Wabash com taxas de satisfação de 99%. Apenas Amherst que ocupa a 8ª posição na primeira tabela figura também nas instituições de ensino com melhor desempenho lectivo, 6ª posição. Nesta escala de satisfação (de 60 a 100) dos alunos relativamente aos seus professores (foram entrevistados 110 mil alunos em 357 universidades), universidades da primeira tabela aparecem no fundo. A UCLA aparece com 61%, Harvard com 69%, Berkeley e Columbia com 70%!
Que existam maus professores em boas universidades é tão normal como o existirem bons professores em más universidades. O que não é normal é que o desfasamento seja tão grande quanto à apreciação do conjunto. Pode ser que a médio e a longo prazo o grau de satisfação dos alunos relativamente aos seus professores se reflicta na procura, mas o que no imediato estes números mostram é que as universidades são mais procuradas pelo prestígio do que pela excelência pedagógica dos seus docentes.
O desfasamento verificado nos Estados Unidos obriga pelo menos a fazer também aqui em Portugal a distinção e a separação entre a procura de um curso e a qualidade dos respectivos professores.
1 Comments:
Primeiro de tudo obridao/parabéns pela criação e manutenção deste blog que ven no seguimento da necessidade de uma mior interactividade entre docentes/discentes da UBI sobre temas que realmente interessam. De facto, não só concordo com este post como posso objectivar com o exº do meu curso:Medicina. O que existe com a média mais elevada nacional referente a Medicina no São João é consequência de um mito (que como escreveu Pessoa é o td e o e o nada)de qualidade que em determinados aspectos a UBI suplanta essa e outra instituição. Por exemplo, a rede de Intranet que estimula a facilidade de comunicação é exemplo raro de funcionalidade. Também penso que a UBI devia fazer, literalmente publicidade (com fotos e não apenas texto), às suas excelentes condições (residências, computadores, etc).
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