quarta-feira, novembro 30, 2005

Instituto Ibérico

Universidade do Minho quer participar na gestão do Instituto Ibérico, acordado entre Portugal e Espanha na última cimeira dos dois países.

Paixão da Educação

Cavaco anunciou ontem em Coimbra que se for eleito Presidente da República, uma das suas prioridades será o aumento da qualidade do Ensino Superior, a aposta na ciência e a qualificação dos portugueses.

Ao referir as suas ambições para o país, o candidato disse que, em primeiro lugar, defende "o reforço da qualidade do ensino superior", seguindo-se a "aposta forte na ciência" e ainda a "internacionalização da comunidade científica".

Ainda não foi desta

A Assembleia da República chumbou o projecto de criação de subsídio de desemprego para o Ensino Superior - uma proposta apresentada pelo BE, e que colheu os votos contra do PS, PSD e CDS. Como noticiava hoje o Público:
A proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda para a introdução na proposta de Orçamento para 2006 de uma cláusula relativa a esta protecção social a "funcionários e agentes da administração pública", inexistente no ensino superior, foi chumbada, pelo que a resposta só pode ser dada agora pelo Governo, explica Infante Barbosa, presidente da direcção do Snesup.
O próprio ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, já disse que é uma "anomalia jurídica" o facto de nunca ter sido reconhecida a atribuição de subsídio de desemprego aos professores do ensino superior que, estando em situação precária, são dispensados - os docentes do básico e secundário recebem-no desde 2000.

Com o chumbo da AR, o Snesup pretende agora que a atribuição do subsídio de desemprego seja criada por Decreto-Lei governamental.

terça-feira, novembro 29, 2005

A procura não é tudo

Em artigo recente no New York Review of Books , intitulado “The Truth About the Colleges”, aparecem dois interessantes quadros, um com as 12 universidades mais procuradas e outro com as universidades cujos professores, segundo os estudantes, melhor e pior leccionam. São quadros completamente distintos. Harvard, Princeton, Yale e Columbia aparecem no topo do primeiro quadro. Apenas 10% dos candidatos entram nas primeiras duas e 11% em Yale e na Columbia. Dos que são aceites, acabam por se inscrever 78% em Harvard, 73% em Princeton, 67% em Yale e 62% na Columbia. Melhor do que elas neste campo fica a universidade de Stanford que admitindo 13% dos candidatos consegue uma taxa de inscrição de 79% dos admitidos.

No segundo quadro sobre a classificação dos professores pelos alunos e intitulado “Professors Bring Material to Live”, o topo é ocupado por Reed, Carleton e Wabash com taxas de satisfação de 99%. Apenas Amherst que ocupa a 8ª posição na primeira tabela figura também nas instituições de ensino com melhor desempenho lectivo, 6ª posição. Nesta escala de satisfação (de 60 a 100) dos alunos relativamente aos seus professores (foram entrevistados 110 mil alunos em 357 universidades), universidades da primeira tabela aparecem no fundo. A UCLA aparece com 61%, Harvard com 69%, Berkeley e Columbia com 70%!

Que existam maus professores em boas universidades é tão normal como o existirem bons professores em más universidades. O que não é normal é que o desfasamento seja tão grande quanto à apreciação do conjunto. Pode ser que a médio e a longo prazo o grau de satisfação dos alunos relativamente aos seus professores se reflicta na procura, mas o que no imediato estes números mostram é que as universidades são mais procuradas pelo prestígio do que pela excelência pedagógica dos seus docentes.

O desfasamento verificado nos Estados Unidos obriga pelo menos a fazer também aqui em Portugal a distinção e a separação entre a procura de um curso e a qualidade dos respectivos professores.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Humanidades e elegias (crise 1)

O artigo de Carlos Reis "A crise das Humanidades" (Público de 25/10/2205) é ele próprio espelho dessa crise. Vejamos.
É muito fraca a prova aduzida de que as Humanidades estão em crise.
Os números estão aí e não deixam margem para dúvidas: as Humanidades estão em crise. Quem olha para os resultados da 1.ª fase do concurso na­cional de acesso ao ensino superior percebe duas coisas: a tradição já não é o que era e sobram ago­ra vagas onde antes abundavam candidatos.

Então também as engenharias, as ciências exactas, mesmo as economias e as gestões estão em crise. Exceptuando as áreas da saúde e das artes, a míngua de candidatos é geral a todos os cursos. E quanto à tradição já não ser o que era, sempre foi assim, pelo menos desde Camões.
Se porventura os candidatos abundassem, será que se dispensaria "a reforma profundíssima que as Faculdades de Letras carecem "? Claro que não. Contudo, Carlos Reis não avança com qualquer proposta para essa reforma. O artigo é sobretudo uma elegia de um professor de letras numa universidade clássica. Daí os remoques aos novos cursos de comunicação e de imagem e às novas universidades. Mas poderá o ilustre professor de Coimbra conceber que essa profundíssima reforma que preconiza está a ter lugar justamente nas novas universidades?

domingo, novembro 27, 2005

Mais doutorados nas empresas

Defende Jorge Sampaio no encerramento da Semana da Ciência e Tecnologia 2005.

sábado, novembro 26, 2005

Grande Reforma Universitária

Há quem concorde com João Cravinho. Entretanto já tem alguns meses o movimento pela transparência lançado pelo SNESUP. Só que a transparência pode ser em alguns casos tão transparente, tão transparente, que há quem não consiga vê-la.

Plano Tecnológico

Aí está o Plano Tecnológico, bandeira eleitoral do Governo de José Sócrates. Com direito a fartas notícias, demissão, opinião, e editorial de Manuel Carvalho.

Praxes

João Miguel Tavares opina sobre as praxes académicas, no DN de hoje.

Politécnico de Portalegre preoupado com situação financeira

O presidente do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), Nuno Oliveira, mostrou-se preocupado com a situação financeira da instituição, que teve de recorrer aos saldos que transitam de anos anteriores para pagar os ordenados de Novembro aos funcionários.

Aprovada reforma dos Laboratórios do Estado

e flexibilização do acesso aos Cursos de Especialização Tecnológica (CET), no último Conselho de Ministros. A notícia completa pode ser pesquisada aqui ou aqui. Conforme informava a Lusa, «o Governo aprovou hoje medidas para a reforma do sistema dos laboratórios do Estado e para alterar os conteúdos e formas de acesso aos cursos de especialização tecnológica de formação pós-Ensino Secundário e não superior.

No final da reunião do Conselho de Ministros, o titular da pasta do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, afirmou que o decreto que regula os cursos de especialização tecnológica será agora colocado em discussão pública "juntos dos parceiros sociais e das entidades empregadoras".

Mariano Gago sublinhou depois a "importância" dos cursos de especialização tecnológica em Portugal, país que tem "um número muito significativo de estudantes que não terminam o Ensino Superior", ou que "não terminam o Ensino Secundário e chegam ao mercado de trabalho sem habilitações".»

quarta-feira, novembro 23, 2005

Aulas e podcasting. Ouvir aulas de Stanford no iPod

O podcasting entrou na academia. A Universidade de Stanford oferece aulas no iTunes. Agora é possível não só ouvir aulas online, mas descarregá-las para um iPod e ouvi-las em qualquer lado, passeando, em transportes públicos, etc. etc.

Plágio da net difícil de controlar

Soluções meramente tecnológicas não são o suficiente para impedir os estudantes de plagiarem trabalhos escolares a partir da net. No Reino Unido a Qualifications and Curriculum Authority reconheceu que aumenta o recurso ao plágio a partir da net por parte de estudantes, e que a solução do problema não é meramente tecnológica - noticiava hoje a BBC - que dá alguns conselhos aos professores sobre como lidar com a questão.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Dando continuidade

Não é de agora o interesse pela universidade. Em tempos (1998) publiquei uma pequena colectânea de textos intitulada "Ubiversidade". Mantenho o que escrevi na introdução a esses textos: "A ideia de universidade subjacente, explícita ou implicitamente, a todos estes textos, dos mais extensos aos mais curtos, é a de uma comunidade de docentes e alunos animados pelo espírito de investigação e de transmissão de conhecimentos. Digo bem, é a ideia de uma comunidade, no sentido original da universidade como corporação medieva. Não são, aliás nunca foram, os edifícios, os laboratórios, as aulas, mesmo as bibliotecas, que fazem uma universidade, mas sim o corpo de professores e estudantes."

Também nos editoriais do jornal online Urbi, que fundei em Janeiro de 2000 e de que sou director, tenho escrito sobre o tema. Chegou a altura de entrar na blogo-esfera e de continuar a informar e a pensar sobre a universidade.